Em férias, juízes têm escolta policial em trajeto de moto
Um grupo de magistrados motociclistas de São Paulo que estavam em férias teve escolta policial em parte dos 1 mil km no percurso até Brasília. Os oito juízes levaram dois dias até a capital federal para participar do primeiro encontro do grupo "Amigos do Motociclismo Brasileiro da AMB" (Associação dos Magistrados Brasileiros).
O grupo foi acompanhado por policiais militares rodoviários até Minas Gerais. Lá, policiais rodoviários federais fizeram a escolta. "Grande parte do caminho fomos sozinhos, pois os policiais foram atender um acidente", disse o juiz Flávio Fenoglio, diretor da AMB. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A escolta gerou críticas. "Revela um ranço patrimonialista de quem é da elite e acha que pode tudo", disse o juiz Luis Fernando Vidal. "É mais uma desmoralização do Judiciário, que vive de benesses", afirmou o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos. Fenoglio diz que cumpriu a lei ao informar a polícia de que um grupo de motociclistas estaria nas rodovias.
Conforme a PM, tratou-se de acompanhamento, realizado para evitar impacto no trânsito e que pode ser solicitado por qualquer pessoa, e não escolta, relativa "a importância de determinada pessoa" ou "interesse de segurança pública". Dois membros de motoclubes disseram ao jornal que nunca conseguiram o acompanhamento policial.